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sábado, 17 de abril de 2010

Centro Cirúrgico

Sexta feira muito foda. Aula introdutória de Parasitologia pra que, quando se pode passar a tarde inteira no centro cirúrgico? Logo depois do almoço, eu e o Gabriel fomos encontrar a Mônica na biblioteca pra então irmos para o hospital. Apesar de passar pelo hospital quase todo dia - ou toda semana, pelo menos - é bem mais emocionante quando você sabe porque está lá.

Então lá fomos nós até o quarto andar, entrada do centro cirúrgico. Autorização entregue na recepção com uma leve correção do meu nome, que apareceu como Kallufi, com "i"! Peguei a chave do armário e fui pro vestiário trocar de roupa. Eu fico meio ridículo vestindo tamanho G, mas é melhor que nada certo? Pra chegar até as salas de operações ainda precisamos passar do lado do conforto médico e subir umas escadas minúsculas. Super não entendi porque as escadas tem uns 10 cm de largura. E se eu fosse gordo? Hein?

Lá em cima começou a confusão, porque o único que já foi (e muito) lá é o Gá, então eu e a Mô estávamos completamente perdidos no meio de tantos corredores e curvas. Caramba gente, o lugar é bem maior do que eu imaginava! Eu preciso arranjar um mapa pra poder colar da próxima vez.

Eu já esqueci qual era o número da sala que a gente tinha que ir, talvez 16. Enfim. Nosso plano lá era acompanhar uma abdominoplastia com o muito falado Dr. Fábio X. Nahas, marcada para começar 13:30. Só que a essa hora, a paciente da cirurgia da manhã ainda nem tinha saído da sala! O que fazer com muito tempo livre por ali? Fuças nas outras salas e descobrir o que estava acontecendo, óbvio.


Ficamos alternando entre várias salas, porque quase todo mundo ignorava a gente bonito, então não tinha muita graça ficar dentro delas. Mas eu vou contar cada uma brevemente em uma ordem aleatória.

Primeira sala, retirada de um lipossarcoma do abdome/tórax. Interesse particular da oncologista da turma, a Mô. Nossa, como a gente demorou pra entrar nessa... vergonha please. Assim, parece meio ridículo sair invadindo a cirurgia dos outros, apesar que agora eu já aprendi que tem que ser folgado mesmo.
A cirurgia já estava no meio, na verdade a gente entrou na sala achando que tinham tirado o fígado do cara. Pra vocês terem uma noção do tamanho do tumor. Até tenho uma foto, mas acho que não posso mostrar hahaha.

Próxima, exerese de um enxerto de safena. Ou algo assim. Nessa a gente ficou pouco, só deu pra reparar na pequena incisão, no joelho até o abdome.

Transplante de córnea em criança de 2 anos com Síndrome de Goldenhar. Só digo que eu nunca vi um ponto tão pequeno! A olho nu quase não dava pra perceber, não é a toa que toda a cirurgia é feita com microscópio.

Enfim, 15:30 começou a cirurgia que nós fomos ver, então voltamos para a primeira sala. O clima estava muito diferente das outras, todo mundo bem animado. O dr. Nahas foi extremamente simpático, ficava sempre conversando com todos. Cheiro de carne queimada no ar por causa do bisturi... E continuou assim até o fim, depois das 18h. Ou seja, ficamos uma cinco horas em pé por andando por ali! É bom que isso se repita muito ainda. =)

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